sexta-feira, 29 de maio de 2009

Mamãe segura minha mão!



Há situações na vida que só entedemos quando passamos...estudando a Segunda Guerra Mundial, encontrei um depoimento de uma jornalista que narrava, da Inglaterra, como o conflito arrasava a vida das famílias. O texto saiu no jornal O Estado de S. Paulo do dia 12 de janeiro de 1940. Nele, lia-se: "Meu filho de sete anos perguntou-me: Eles não me farão mal não é verdade? Eu sou pequeno, não posso lutar contra eles. Acrescentou depois de longa e penosa meditação: Se houver um bombardeio e uma bomba me pegar, posso segurar a tua mão até morrer? Quando me operaram não tive medo de dormir porque seguravas a minha mão...(...) Tínhamos todos a sensação de que ainda havia a possibilidade de se manter a paz. Entreolhamo-nos atônitos quando ouvimos a notícia de que a guerra era inevitável. Voltei o rosto a fim de esconder as minhas lágrimas. Que perspectivas se abriam à minha frente! Teria de guiar quatro crianças durante a guerra, sem perder o domínio dos nervos e alimenta-las, mesmo com a escassez de víveres. Senti, repentinamente a pesada carga que caia sobre meus ombros." Nessa semana, minha filha quebrou o braço. Vi tudo acontecer e sabia que era grave. No hospital, quando o medo a consumia, ela olhou pra mãe e disse, lágrimas nos olhos: mamãe, segura minha mão! Fiquei paralisado, imaginando o que ela estava sentindo. Lembrei imediatamente desse texto que traduz o sentimento mais puro e verdadeiro de pessoas tão inocentes...quando penso atualmente nessa hecatombe, procuro olhar não só os números e estatícas, procuro entender não só a destruição de cidades e populações. Busco, em cada página do jornal, os menores indícios que deixam claro como essa tragédia modificou a vida das pessoas...como ela os traumatizou; porque, para além da frieza dos números, está algo humano, demasiado humano...e é isso o que me preocupa atualmente!

Um comentário:

  1. Não é necessário dizer que senti um arrepio né fii..Quando a gente lê já nos leva a imaginar o quanto aquele povo sofreu, agora imagine com a gente mesmo. Só nós tentamos imaginar o que passa dentro da gente, o corpo se comporta de forma realmente inexplicável... Quando estive a beira da passagem, meu corpo quase desistiu diante do desespero da minha mente. Graças a Deus o susto maior já passou agora é realmente redobrar os cuidados já que entendemos que estamos sujeitos tbm.

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