sábado, 13 de junho de 2009



O livro de Frank McCann é, no mínimo, corajoso. Primeiro, porque trata de uma instituição que, no Brasil, esteve no centro de todos os principais acontecimentos políticos e segundo, porque ele dá, aos fenômenos sociais que analisa, os nomes que eles realmente merecem. Assim, enquanto a maior parte da historiografia brasileira rejeita a classificação de golpe para a Proclamação de Deodoro, o autor é incisivo ao taxa-la de golpe. Da mesma maneira, ao estudar os antecedentes do Estado Novo, conclui que a aliança entre Getúlio Vargas e os generais Eurico Gaspar Dutra e Góis Monteiro ocorreu em virtude da defesa nacional e que fora essa confluência de pensamentos comuns que sedimentaram a idéia do golpe de 1937. Ainda sobre o Estado Novo, Mccann conclui, que o exército teria desempenhado a partir desse momento, o papel de poder moderador da sociedade. Essa análise ele expandiu a partir da idéia de Ronald M. Schneider, que, por outro lado, via essa influência já em 1889. Em suma, trata-se de obra essencial para entender não só o desenvolvimento - tortuoso - mas também o papel que as forças armadas brasileiras exerceram nos principais momentos políticos do Brasil entre o final do século XIX e o início do século XX.

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