Juro que quando vi a recomendação de Ian Kershaw na capa deste livro pensei: pelo menos foi muito bem avaliado...Nas primeiras páginas, todavia, mudei de ideia...acreditei piamente que alguém inserira na capa o nome do eminente historiador britânico para aumentar o número de vendas. Isso demonstra certamente um traço da minha personalidade: a ansiedade. Aprofundando-me na leitura dos capítulos e nas conclusões que o autor chegava, senti a profunda injustiça que cometia com ele nas suas primeiras laudas...ao realizar um balanço desse século - e que século! - soviético, o autor não deixa escapar nenhum detalhe. Analisa todos os eventos que marcaram uma das mais conturbadas épocas da história mundial com seriedade e método rigoroso, que afasta qualquer probabilidade de mistificações ou deturpações tão presentes, infelizmente, nas obras que envolvem o período da Segunda Guerra Mundial. Sobre esse conflito, Moshe Lewin tece rápidos mas incisivos comentários que mostram de que forma Stalin soube manipular os símbolos e ícones da cultura russa no intuito de criar uma unidade mesmo em detrimento dos slogans marxistas. Ao concluir a leitura, extasiado, compreendi porque Kershaw denominara o livro de "Aula magna"...
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